terça-feira, março 03, 2009

ÁFRICA

A pandemia da AIDS não encontra mais barreiras no continente africano. Milhares de pessoas contaminam-se diariamente. Mais de 10% da população dos países da região subsariana já sofrem da assim chamada doença magra.



Desde o início da epidemia, em 1981, morreram 18.800.000 pessoas, das quais 3.800.000 eram crianças. Ou seja, praticamente o dobro de vítimas causadas pela Primeira Guerra Mundial. Quando as pessoas actualmente infeccionadas morrerem, a AIDS já terá matado mais gente do que as duas Guerras Mundiais.


· Mais de 10% da população encontra-se infeccionada;

· Na África do Sul, por exemplo, estão morrendo anualmente 250.000 pessoas. A continuar nesse ritmo, dentro de cinco anos este número será de 500.000 e 20% da população estará infeccionada;

· A média da expectativa de vida baixou em cerca de 20 anos; em Moçambique ela é agora de apenas 38 anos;

· Os governos da região não dispõem de recursos financeiros para custear remédios; não há hospitais nem leitos suficientes para acomodar os doentes;

· A região subsariana conta hoje com 10.000.000 de crianças órfãs. Em 10 anos esse número ter-se-á triplicado;

· Hordas de crianças órfãs, sem parentes que as acolham e sem tecto, estão invadindo as ruas. Para sobreviverem caem facilmente no roubo, na prostituição, no tráfico de drogas, ou se engajam em gangs que se tornam para elas um substituto da família;

· Tais crianças - e mesmo as que não caírem no crime - não terão meios de receber educação religiosa e formação profissional. Resultado: faltará em futuro próximo toda uma geração de profissionais. A desestruturação social e o colapso da economia serão uma consequência inevitável;

· Finalmente, como factor de aceleração do desastre económico, a fuga de capitais estrangeiros. Não é mais interessante investir na região. A espiral para baixo torna-se praticamente irreversível.


É urgente mudar mentalidades, mudar ao nível da educação, da formação, da saúde, da higiene...
Será que não chega de guerras, golpes de estado, assassinatos e preocuparem-se em alimentar os que tem fome, curar os que estão doentes, limpar o que está "sujo" e criar uma África renovada?

O povo Africano não pode ficar à espera que sejam os outros a fazer tudo, é preciso que sejam eles próprios a tomarem a iniciativa, acabar com as guerras, criar condições para se poder viver melhor em África.




Ser angolano é meu fado,
é meu castigo
Branco eu sou e pois já não consigo
mudar jamais de cor ou condição...
Mas, será que tem cor o coração?

Ser africano não é questão de cor
é sentimento, vocação, talvez amor.
Não é questão nem mesmo de bandeiras
de língua, de costumes ou maneiras...

A questão é de dentro, é sentimento
e nas parecenças de outras terras
longe das disputas e das guerras
encontro na distância esquecimento!

Neves e Sousa (Pintor e Poeta Angolano)

2 comentários:

Anónimo disse...

Por muito que nós possamos ajudar estas crianças nunca é o suficiente, e nunca vai acabar esta desgraça, infelizmente é a realidade de África,tenho pena é das crianças

disse...

Pois é. Como diz um amigo nosso guineense "os africanos só são patriotas fora do país deles."
Está na hora dos africanos fazerem algo pelo seu continente e não esperarem constantemente pela ajuda de ex colónias. A obrigação destas para com África não tem de ser eterna...