O tempo costuma ser bom conselheiro e Roberto é um bom exemplo da virtude de saber esperar por melhores dias, mais alegrias e menos erros individuais. A pouco e pouco, o guarda-redes espanhol que a SAD contratou ao Atlético Madrid foi adquirindo confiança e ajudando a esmorecer a aura de desconfiança por parte dos benfiquistas relativamente aos seus méritos.
Pelo menos é assim que o próprio se sente. Basta comparar o que disse a 13 de Setembro, na véspera do jogo com o Hapoel Telaviv, para a primeira jornada do Grupo B da Liga dos Campeões, com as afirmações proferidas ontem, em entrevista à agência EFE, de Espanha.
Afirmou há um mês o espanhol, em tom soturno e rosto tenso, ainda com os frangos bem presentes na memória colectiva encarnada: «Não é fácil explicar [tantos erros]. Mas o mais importante é ter a cabeça tranquila e não voltar a falhar. Sou o mesmo guarda-redes [que jogava em Espanha]. Continuo a acreditar em mim.»
Vincou ontem à agência noticiosa do seu país: «Encontro-me num momento de forma muito bom e acho que as pessoas estão agora a conhecer o Roberto que mais me agrada.» As diferenças no discurso retratam as diferenças no plano emocional e desportivo. Diz Roberto que a defesa ao penalty no jogo frente ao V. Setúbal, cobrado pelo ex-benfiquista Hugo Leal, «foi o ponto de viragem», colocando para trás talvez aquele que tenha sido o maior pesadelo da sua carreira (embora mais tarde tenha afirmado que só sentiu realmente nervoso quando nasceu a sua filha).
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