terça-feira, janeiro 06, 2009

SOMOS UM PAÍS SEM RUMO...

Entrevista à SIC
Sócrates: “Tudo aponta para um cenário cada vez mais provável de recessão

O primeiro-ministro admitiu hoje pela primeira vez que Portugal poderá entrar em recessão e que quando o Governo apresentou o Orçamento do Estado para 2009, em Setembro, “ninguém tinha consciência da dimensão da crise”. Ainda assim, José Sócrates prometeu tomar medidas para que nenhum banco ou empresa entre em falência e centrar a sua prioridade no emprego. Sobre as divergências com Cavaco Silva, garantiu que são questões que se devem aprender a gerir. O primeiro-ministro assegurou, também, que a avaliação dos professores é mesmo para continuar.


Questionado sobre a queda do investimento estrangeiro, o secretário-geral do Partido Socialista fugiu aos números e destacou alguns investimentos recentes como a Repsol e a Advanced em Sines. A propósito do grave endividamento externo de Portugal, que se situa nos 150 mil milhões de euros (uma média de 15 mil euros por português), o chefe de Governo destacou a aposta que tem sido feita nas energias renováveis e o facto de Portugal ser o quinto país da Europa nesta área - uma forma de combater a dívida que o sector geral da energia representa (50 por cento do total). Contudo, não negou que o endividamento é um problema estrutural do país.

Para justificar as várias linhas de crédito e as garantias dadas à banca, José Sócrates criticou a visão dos que acham que não se deve fazer nada. “Temos o dever de agir numa situação de emergência e extraordinária”, explicou. E acrescentou: “É uma crise global e gravíssima”, admitindo também que, aquando da apresentação, em Setembro, do Orçamento do Estado para o próximo ano, não havia consciência da dimensão do problema. Perante este cenário, o responsável admite rever as previsões de desemprego para o país – “todos os governos foram surpreendidos pelo impacto e pela dimensão da crise”.

Questionado sobre as eleições de 2009, Sócrates não quis antecipar cenários mas admitiu que “a maioria absoluta é necessária e é o que o país necessita”, considerando a “estabilidade governativa” essencial nas actuais circunstâncias. “A única certeza que tenho é que estou à altura dessa vitória”, sublinhou. Sobre a possibilidade de realizar as legislativas e as autárquicas em simultâneo, Sócrates mostrou-se contra a ideia, por ser "negativo para a democracia local", mas disponível para chegar a uma concertação com Cavaco Silva.



O extraordinário é constatar que é este Governo, um dos mais incompetentes em democracia, que se prepara para ter mais uma maioria absoluta.

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