Um dia depois da vitória, a realidade: défice duplica, dívida dispara.
Um dia depois da vitória que deu ao PS uma maioria relativa e a obrigatoriedade de negociar os Orçamentos do Estado com pelo menos um dos partidos da oposição, chegou a chamada para a realidade das contas e da economia do país: o défice orçamental vai pelo menos duplicar este ano (mais 5,2 mil milhões de euros), para chegar a 5,9% do PIB, e o indicador oficial do peso da dívida pública na economia deverá dar o maior salto nas últimas duas décadas, para 74,5%. Estes números, enviados ontem por Portugal à Comissão Europeia (que prevê 6,5% de défice para este ano), desenham os limites da política orçamental nos próximos anos e deverão obrigar o primeiro-ministro José Sócrates a negociar com as forças da direita, PSD ou CDS, a passagem dos orçamentos do Estado.
Para o próximo governo de Sócrates a pressão será externa e interna. Com 14 dos 27 países da União Europeia a excederem o limite de 3% para o défice em 2009, a Comissão Europeia deverá permitir que os governos continuem a pecar moderadamente nas contas públicas no próximo ano. Contudo, a maior tolerância terá um preço: Portugal fica sob "vigilância orçamental" (em Novembro será aberto um procedimento por défice excessivo) e Bruxelas exigirá uma estratégia credível de ajustamento do desequilíbrio a médio prazo.
Pergunta:
Porque é que o povo só foi informado destes valores um dia depois das eleições?
Então mas afinal Sócrates andou a campanha toda a apregoar que Portugal estava a recuperar a olhos vistos...
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