"Temos de pôr fim a essa praga de abortos clandestinos", disse na semana passada o primeiro-ministro Jose Sócrates. "Isto torna Portugal um país retrógrado".
Durante os debates para a votação de ontem, partidários defenderam a legalização do aborto. "Nossas leis atuais dizem que uma mulher que aborta deve ser processada criminalmente", afirmou o deputado socialista Alberto Martins. "Isto é, no século 21 e na Europa, injusto, cruel, retrógrado e irracional". Mas não existe certeza de que os eleitores irão concordar com a nova lei. A poderosa Igreja católica continua fielmente contra a legalização do aborto. Um referendo em 1998 que legalizaria o aborto foi declarado nulo devido ao pequeno comparecimento às urnas, mas com o "Não" ganhando por estreita vantagem. Mais de 50% dos eleitores têm de votar para que o referendo seja validado.
«Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?»
EU SOU CONTRA
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