O que é a pílula do dia seguinte?
A pílula do dia seguinte é comercializada em Portugal com o nome de Tetragynon.
Como se toma?
Consta de quatro comprimidos, devendo ser tomados dois juntos até 72 horas após a relação sexual, e os outros dois 12 horas depois dos primeiros.
Efeitos secundários?
Podem ocorrer náuseas e vómitos, bem como hemorragias. Os vómitos podem cortar a eficácia contraceptiva pelo que é aconselhável tomar também um medicamento contra os enjoos. É um método que só se deve utilizar em situações de emergência uma vez que, como vimos, provoca algum mal estar, por vezes intenso (vómitos e cefaleias) e pode alterar o ciclo menstrual demorando algum tempo a sua normalização.
Modo de actuação?
Tanto quanto se sabe, a pílula do dia seguinte funciona por um de dois processos:
1.Pode retardar ou inibir a ovulação, e nesse caso não existe pura e simplesmente fecundação, não se podendo nunca falar em aborto ou interrupção da gravidez.
2.Se ao contrário do que acima descrevemos houver saída de um óvulo (ovulação) e ele for fecundado pelo espermatozóide na trompa, dá-se início a um novo ser vivo e passa então a chamar-se ovo. Demora depois cerca de 3 a 4 dias até atingir o útero. A pílula do dia seguinte pode então actuar por outro processo, que será o mais frequente, e que consiste na alteração do revestimento do útero de modo a torná-lo incapaz de receber o ovo já fecundado, impedindo a sua fixação (implantação) e portanto a evolução de uma gravidez.
Quando despontou a luta contra a escravatura nos USA, muitos pensaram que logo iria mobilizar multidões. Porém, manteve-se muito tempo num impasse até que se começou a mostrar fotografias dos escravos, da miséria em que viviam, das torturas a que eram submetidos, etc. Foi então, e só então, que se deu o ponto de viragem. A guerra do Vietname só acabou quando as imagens das vítimas que a Comunicação Social difundiu denunciaram as consequências cruéis da guerra. Quem se recorda da independência de Timor sabe bem o papel imprescindível que nela tiveram os sons e as imagens. Os meios de Comunicação Social estão perfeitamente conscientes do poder que têm e como deve ser usado quando se trata de defender os fracos e os débeis contra os poderosos e os violentos, e, no entanto, não há memória de que tenham exibido, uma só vez que fosse, fotografias ou filmes de bebés decepados, mutilados, espotejados e degolados por aborto. Nunca revelaram como os deitam para os esgotos, para as lixeiras ou como os queimam em fornos (a semelhança entre os fornos crematórios para incinerar bebés e os que eram usados nos campos de concentração nazis é arrepiante). Não espanta, pois, que o Papa tenha denunciado: “... a verdade é que estamos perante uma objectiva conjura contra a vida na qual estão também implicadas Instituições Internacionais, empenhadas em encorajar e programar verdadeiras e próprias campanhas para difundir ... o aborto. Não se pode negar, enfim, que os mass-media são frequentemente cúmplices dessa conjura, ao abonarem junto da opinião pública aquela cultura que apresenta o recurso ... ao aborto e à própria eutanásia como sinal do progresso e conquista da liberdade, enquanto descrevem como inimigas da liberdade e do progresso as posições incondicionalmente a favor da vida.” (João Paulo II, Evangelium Vitae, nº 17). Trata-se, de facto, “... de uma guerra dos poderosos contra os fracos”. (João Paulo II, Evangelium Vitae, nº 12).
Para os primeiros do SIM, a mulher é uma bandeira a ser usada; para os do NÃO, uma pessoa a ser amada. As ideologias necrófilas fazem o que Lúcifer sempre fez: apresentam uma ilusão, uma miragem, uma aparência de excelência e libertação para logo enredar e desgraçar. O Maligno transfigura-se em Anjo de Luz. Em nome do proletariado fizeram-se revoluções que o oprimiram e esmagaram. Em nome das mulheres quer-se uma descriminalização do aborto que só pode terminar numa tragédia imensa para as próprias.
Este uso e abuso da mulher como bandeira encerra um outro perigo tanto mais nefasto quanto subtil. De facto, acontece algo de semelhante ao que sucedeu com algumas campanhas irresponsáveis sobre a droga. Os toxicodependentes, por todos apaparicados, vitimizados por um discurso lamechas sentiram-se uns heróis/vítimas, uns coitadinhos, centro de todas as atenções, sem culpa nem responsabilidade alguma, incapazes de qualquer grandeza, da mínima liberdade, com direito a tudo exigir. Assim desumanizados afundaram-se ainda mais nos seus problemas. Hoje a mulher que queira aparecer em reportagens nos jornais, falar na rádio, mostrar-se na TV, ter a compaixão das multidões, ser por todos lamentada, mimada e aclamada só tem de provocar um aborto – quanto maior a quantidade dos que fizer sem arrependimento algum, maiores são as hipóteses de ser vedeta – para ser enfim considerada uma heroína.
Noutros tempos uma grávida com grandes dificuldades a última coisa em que pensava, se chegava a pensar, era na possibilidade de abortar. Nos dias de hoje, depois de tanta enxurrada de propaganda, ao mínimo obstáculo, a primeira coisa em que matuta para resolver o seu problema real ou imaginário é na possibilidade de eliminar a criança. Um número muito significativo de mulheres “tem a cabeça feita”, estando, por isso, de algum modo despojadas de defesas. O instinto maternal está sendo anestesiado pela hipnose colectiva. Contrariamente ao que se apregoa a maioria de abortos não são devidos a casos dramáticos (sem negar que estes também existem), mas a leviandades por “dá cá aquela palha
Ser contra o aborto e a favor da descriminalização?
A desfaçatez dos propugnadores da liberalização do homicídio/aborto vai ao ponto de dizerem que são contra o mesmo, acrescentando que ninguém faz um aborto de ânimo leve. Estes são os mesmos que contra toda a evidência humana e científica negam, quando lhes convém (às vezes descaem-se), que o ser humano comece na concepção, na fase unicelular. Não se entende, por isso, porque é que, por um lado, são contra o aborto e, por outro, porque é que nenhuma mulher o faz de ânimo leve. Se não há vida humana, qual é o problema? E se há, como é possível aceitar que se mate propositadamente uma pessoa inocente para se desenvencilhar? Por que não assassinar então os pais para antecipar a herança, ou o colega de trabalho para subir no emprego, ou o filho/a de 16 anos para ter uma vida mais folgada? É que essencial e qualitativamente não existe diferença alguma entre um bebé não nascido, ou já nascido, e uma criança ou um adolescente ou um adulto ou um idoso. Trata-se sempre da mesma pessoa em diversas fases ou etapas da sua existência. Acautelem-se os pais!, porque se se dá a estes o direito de matar os próprios filhos pelo homicídio/aborto, tarde ou cedo terá de se conceder aos filhos o direito de assassinar seus pais pelo homicídio/eutanásia.
3 comentários:
Olá, tema polémico este!! Eu já usei a pilula do dia seguinte, já sabia da causa-efeito. Em relação ao aborto penso que cada mulher é livre de escolher o que fazer com o seu proprio corpo. No entanto até uma certa altura da gravidez. o teu ultimo paragrafo é de uma agressividade incrivel, o aborto não é um homicidio, é uma opção! assim como a eutanásia em casos extremos deveria-se praticar ambos... Um beijo enfeitiçado numa mistura fina de emoções e sentimentos
Compreendo o teu ponto de vista, aliás partilhado por muitos... mas acho que estás a confundir conceitos... Essas imagens chocantes que falas vão contra a ideia da própria igreja em difundir imagens que provoquem terror nas pessoas. É claro que as opiniões da igreja por vezes são elas próprias um obstáculo para que as ideias sejam concretizadas. E este é mais um exemplo disso. Se por um lado são contra o aborto, por outro lado criam dificudades ao planeamento familiar por estarem contra o uso de contraceptivos, algo que poderia ajudar na tal luta contra os tais deslizes e descuidos, porque sejamos realistas, mesmo aqueles que frequentam fervorosamente a igreja, não praticam o acto sexual só com o intuito de procriar... embora este espaço seja virtual, convém sermos realistas.
Não podemos adivinhar o que irá acontecer se o aborto for legalizado, apenas conjecturar ou olhar para as estatísticas do unico exemplo que existe e que está situado na Holanda onde o nº de abortos é reduzido, inferior mesmo à tal cifra negra que se calcula existente em Portugal.
É claro que lá apoiam-se as famílias e existe um verdadeiro apoio em termos de planeamento familiar.
Quanto à eutanásia é outro assunto, mas não se trata de homicídio. Isso uma assunpção um pouco grosseira. Trata-se antes de levar a cabo um desejo ou vontade do próprio. A dificuldade está em avaliar das condições necessárias para o fazer pois sabemos que se o arrependimento surgisse (se isso fosse possível, claro), já seria tarde demais, mas como disse é outro assunto...
Quanto à questão de ser um homicidio, se calhar concordo contigo mas aí devemos ser coerentes e concretizar as ideias que defendemos até ao fim e não ficarmos a meio! Deixo só uma questão no ar... se a vida é vida e não existem graduações quanto à sua importância, então a vida do feto/embrião vale o mesmo que a vida da mãe, certo? Se assim é então a lei está mal... A mulher deveria ser condenada à cadeia, não como tendo cometido um crime de aborto, mas sim cumprir uma pena configurada numa moldura penal equivalente ao crime de homicidio premeditado, que multiplicaria em 3 a 4 vezes o volume da pena...
Dá que pensar. mas como digo compreendo a tua posição e respeito porque compreendo as premissas benévolas, e temos de aceitar que por vezes algumas confusões existentes são lançadas pelas próprias instituições, mais interessadas em levantar uma névoa sempre que se discute este assunto do que em clarificar a verdadeira questão que é a da criminalização das mulheres. Eu apenas divulgo aqui a minha opinião, só isso!
Li com muita atenção os comentários aqui feitos, ambos muitos interessantos e ambos chegam à mesma conclusão de que o tema é realmente complexo e polémico. Também para mim existem certos pontos complicados de julgar. Aquilo que defendo é um NÃO claro contra a morte de um ser vivo, que apesar de ainda ser um embrião, já tem vida.
Defendo o aborto apenas em casos de violação ou possiveis problemas graves na saúde da futura mãe.
Não sou católico, além de que não concordo com muitas coisas que a igreja nos tenta impor, mas também não sou assim tão liberal que concorde com a ideia de que se pode fazer tudo.
A vida humana está em primeiro lugar seja qual fôr o motivo.
Não concordo que as mulheres que praticam o aborto sejam presas nem penalizadas, apenas defendo que essas mesmas mulheres antes de fazer o aborto necessitavam de ajuda. É isso que se espera de um governo que tanto diz se preocupar com as mulheres.
Seja como fôr, este tema terá hoje, amanhã e sempre muito para se escrever.
Obrigado por deixarem aqui os vossos comentários. Serão sempre bem recebidos.
Enviar um comentário