domingo, dezembro 17, 2006

UMA VIDA MERECECE VIVER

Escrito por Miguel Castel-Branco 27-Oct-2006
Já foi decidida a pergunta que vai ser colocada aos portugueses no referendo - é igual à de 1998 - e é a seguinte:
"Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas dez primeiras semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado".
A questão que encontraremos nos boletins de voto em meados de Janeiro tem muito que se lhe diga. Mas fixemo-nos no "por opção da mulher". Desde que o assunto do aborto entrou no debate público, nos anos 80, que muita gente comete o erro de tratar o bebé, um novo ser, como um qualquer orgão da mulher. Uma vida não é um cancro que se pode retirar. É algo precioso que se deve proteger. Voltemos à "opção da mulher": porque que razão é que há de ser a mulher a decidir a morte de um filho que também tem um pai?

A pergunta seria muito mais plausível se fosse: "Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção dos pais, nas dez primeiras semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado".
E mesmo assim a resposta seria NÃO. E Não porquê? Por todas as razões éticas, morais e de justiça que o aborto implica. De vez em quando, vêem-se dezenas de mulheres, nas manifestações pelo "Sim" ao aborto, com o umbigo à mostra e com a frase "Eu mando na minha barriga" escrita. Mas quem é que contesta isso? Essas senhoras têm todo o direito de mandar nas suas barrigas. Mas o embrião, feto ou bebé humano não é, nem faz parte das suas barrigas. As "barrigas" são apenas o lugar onde o bebé se está a desenvolver até que esteja pronto a vir ao Mundo. E se não quisessem ter lá o bebé, havia uma boa solução... mas agora que ele já lá está, não o vão despejar, ou que raio de anfitriãs seriam?
Não se percebe, com tanta divulgação dos métodos contraceptivos, que hajam gravidezes indesejadas. E se as há, tanto o pai como a mãe, têm de ser responsáveis pelas suas acções, assumir o filho ou a filha e dar-lhe a oportunidade de viver! Porque, sendo seres geneticamente diferentes dos progenitores, não fazem parte dos seus corpos.
Um bebé em gestação não é um apêndice que pode ser removido sem quaisquer remorsos.
É uma vida humana. E uma vida merece viver.

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