sábado, outubro 18, 2008

FINANCIAMENTO DA CAMPANHA

Barack Obama gasta o triplo de John McCain em anúncios televisivos

A vantagem do senador Barack Obama a 19 dias das eleições poderá dever-se, em grande parte, ao investimento massivo que a sua campanha está a fazer em anúncios de televisão.

A estratégia da campanha democrata tem passado essencialmente por investir nos chamados "battleground states"¸ onde há mais eleitores indecisos, nomeadamente naqueles que há quatro anos pertenciam aos republicanos, como o Missouri, Indiana, Carolina do Norte e Virgínia.

Na semana de 7 a 13 de Outubro, Obama gastou 32 milhões de dólares em 17 estados, um aumento de 12 milhões em relação à semana anterior. Durante o mesmo período, a campanha de McCain gastou apenas dez milhões em 14 estados, aos quais se acrescentam seis milhões investidos pelo Comité Nacional Republicano. No total, os gastos das últimas semanas da campanha democrata são três vezes maiores que os da campanha republicana e duas vezes maiores se somada a contribuição do comité republicano.

Obama surpreendeu, ao anunciar em Junho que iria prescindir de todo o financiamento público eleitoral (84 milhões de dólares), tornando-se assim no primeiro candidato à presidência a fazê-lo na história dos Estados Unidos. A decisão permitiu-lhe bater o recorde de doações privadas, especialmente de pequenos donativos, ao não ter de respeitar as restrições que o financiamento público impõe.

Até dia 20 de Outubro, não serão divulgados os relatórios de angariação de fundos, mas segundo declarações de um responsável pelo financiamento da campanha democrata ao "The Washington Post", Obama poderá facilmente chegar aos 100 milhões de dólares só este mês, um rumor alimentado pelo facto de a campanha ter adquirido 30 minutos de tempo televisivo na CBS e na NBC para o final deste mês e procurar fazer o mesmo noutras estações.

O financiamento ilimitado de Obama está a permitir-lhe conduzir uma estratégia extremamente ofensiva nos chamados Red States, obrigando a campanha de McCain a jogar à defesa em estados onde pensava ter os votos já assegurados e limitando os recursos que seriam libertados para ir à conquista de novos votos. O orçamento e os meios mais modestos de McCain já o obrigaram a desinvestir em estados que antes eram considerados cruciais, como foi o caso do Michigan.

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