Resistentes Antifascistas indignados com a escolha do nome Salazar para praça central de Santa Comba Dão
A praça é conhecida por Largo da Praça, mas o presidente do município optou por divulgar a obra, recuperando o nome oficial: António Oliveira Salazar
A A polémica está instalada em Santa Comba Dão. O presidente do município, João Lourenço (PSD), escolheu as comemorações do 25 de Abril para inaugurar, nada mais, nada menos, do que a Praça de António Oliveira Salazar, nome do ditador, natural do concelho. "É uma provocação", considera Alberto Andrade da União dos Resistentes Antifascistas (URAP), referindo-se à escolha do autarca.
O anúncio está divulgado no site do município. O presidente da autarquia, João Lourenço, considera que a escolha da data é uma "coincidência feliz" por ser sinónimo de que as obras de requalificação da praça estão concluídas.
O autarca explica que pretendia fazer a inauguração da praça num feriado e, como as obras estavam prontas, não viu qualquer razão para fazer adiamentos. Considera que as comemorações do 25 de Abril devem incluir inaugurações de obras "relevantes" para o concelho. "Se fosse no dia 1 de Maio, seria nessa data, mas como estão prontas agora será no dia 25 de Abril", argumenta. Lourenço exclui qualquer significado político pela decisão tomada, a não ser a de "maturidade política". Se assim não fosse, adianta, não seria possível inaugurar a praça com o nome do ditador no mesmo dia em que se assinala a Revolução dos Cravos, afirma.
Alberto Andrade da URAP tem outro entendimento e fala em "provocação directa aos capitães de Abril, a todos os democratas e à constituição portuguesa". E escolhe três adjectivos para classificar a escolha do presidente, eleito pelo PSD: "Irresponsável, fascizante e salazarenta."
João Lourenço devolve a crítica, afirmando que "mais fascista" é quem insiste em querer "apagar da memória um homem, que quer se goste ou não, faz parte da história". Assegura que apesar de estar empenhado em concretizar o Centro de Estudos do Estado Novo, nas antigas casas da família do ditador, em Vimieiro (Santa Comba Dão), não é simpatizante de Salazar. Mesmo assim, admite que poderia ter evitado a polémica se tivesse optado por divulgar a obra pelo nome que é conhecida (Largo da Praça) em vez de António Oliveira Salazar.
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Parece que Salazar ainda mete medo a muita gentinha ignorante por aí. Falam tão mal de um homem que tudo fez por Portugal e enchem a boca para falar de Abril e nos Capitães de Abril, uma revolução que podia ter sido bem utilizada, mas que apenas serviu certos interesses e camuflar certos ideais.
Para mim, o 25 de Abril vale pena ideia, não pelo resultado.
por: Sandra Ferreira in jornal "Público"
2 comentários:
partindo do princípio que sao duas posições definitivamente opostas (Salazar e o 25 de Abril), e por muito que haja quem defenda o antigo ditador, parece-me óbvio que, ou é uma piada de mau gosto desse autarca, uma provocação ou uma demonstração clara de pura ignorância. Como dizia o outro, "não havia necessidade..." Quanto ao teu comentário pessoal, as pessoas não celebram os frutos de Abril, mas as sementes, os seus ideais.
Realmente gostando-se ou não Salazar faz parte da História de Portugal. Eu não vejo qual o problema de atribuir o nome dele a uma praça, ainda por cima, em Santa Comba,a terra dele. Até mesmo rebaptizar a ponte 25 de Abril foi estupidez.
Em relação ao 25 de Abril, concordo com o Miguel.
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