
Como são belos os teus seios!
Foram feitos à medida das minhas mãos.
Pousa-os na minha boca e conta-me a tua história.
Não tens história?
Não tens noite nem vazio nem praia branca?
Fala-me então do sol, da migração dos pássaros,
da mansidão das estrelas
- fala-me de ti
antes de possuíres um nome, uma história.
Sim em qualquer parte lançaremos os nossos corpos na relva;
alfaias efémeras; armas exíguas ardidas na guerra.
Como são belos os teus seios!
Trémulas palavras.
Deixa que neles eu me queime
como quem se deita num rio.
Sinto a terra mover-se.
Iluminas as águas e as estrelas.
O percurso é longo.
O silêncio montanhoso.
Debruço-me na tua solidão.
Poema de Casimiro de Brito
in: “69 poemas de amor”

Tem, publicados mais de 40 livros. Esteve ligado ao movimento “Poesia 61”, um dos mais importantes da poesia portuguesa do sec. XX; participou em inúmeros recitais, festivais de poesia, congressos de escritores, conferências, um pouco por todo o mundo.
Tem a sua obra traduzida para mais de 24 línguas, dedicando-se também á tradução para português, sobretudo do japonês.
Em 2006, foi nomeado Embaixador Mundial da Paz, no âmbito da Embaixada Mundial da Paz, sediada em Genebra.
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