quinta-feira, dezembro 11, 2008

UMA QUESTÃO DE DIGNIDADE.

Canal britânico exibe vídeo polémico
Morte assistida no Sky Real Lives

O documentário 'Direito de Morrer?' é exibido esta noite e mostra, passo a passo, os últimos momentos de vida de um homem que escolheu antecipar a morte numa clínica de Zurique.

A menos que uma decisão de última hora proíba, a televisão britânica vai exibir esta noite, às 21h00, o documentário 'Direito de Morrer?', que tem como protagonista um ex-professor universitário americano, de 59 anos.


Craig Ewert, que padecia de uma doença neurológica progressiva e incurável, escolheu antecipar a sua morte, permitindo que os seus últimos momentos de vida fossem registados por uma câmara de vídeo.


A emissão desse suicídio assistido pelo canal Sky Real Lives está a gerar uma onda de protestos no Reino Unido. Em objecção a esse documentário, manifestaram-se os activistas contra a eutanásia e um observatório da programação televisiva.


Pela primeira vez, os britânicos vão poder ver, ao pormenor, como Craig Ewert concretizou o seu desejo de pôr fim à vida, ingerindo com uma palhinha uma dose mortal de um sonífero. Para completar o processo, e como tinha os braços paralisados (a doença é degenerativa), accionou com a boca um relógio em contagem decrescente, até desactivar o aparelho de respiração artificial, o que levou mais 45 minutos.


A câmara continuou a gravar até ao último suspiro do professor.
O autor de tão polémico documentário é John Zaritsky, que já foi distinguido com um Óscar com outra película. Craig Ewert morreu em Setembro de 2006, com a ajuda da Dignitas, uma organização que defende o direito à morte medicamente assistida.

Opiniões divididas

John Beyer, director do organismo britânico de controlo dos media, teme que o documentário influencie a opinião pública ou induza outros doentes a seguir os mesmos passos.

Dominica Roberts, da organização 'Aliança para a Vida', considera "triste e perigoso mostrar algo assim na televisão.

Ao contrário dos críticos, Mary, a mulher de Ewert, defende o documentário. Defende que a morte não deve ser privada e escondida, e que, sendo o seu marido professor, o vídeo foi o último ensinamento que o mestre quis deixar.

Apesar de a morte assistida ter ocorrido numa clínica suíça, e de Ewert ter feito praticamente tudo sozinho, a sua família corre o risco de vir a ser processada.

1 comentário:

Anónimo disse...

Eutanásia!Um dos grandes temas da actualidade...e se pensarmos bem um dos fundamentos dos estados leigos!