segunda-feira, junho 22, 2009

Porque perdoou uma coima ao Boavista
Nuno Cardoso condenado a três anos de prisão com pena suspensa

O antigo presidente socialista da Câmara do Porto Nuno Cardoso foi condenado, ao início desta tarde, a três anos de prisão com pena suspensa por crime de prevaricação. A pena deve-se ao facto de, em 2001, Nuno Cardoso ter assinado um despacho que perdoou uma coima ao Boavista por o clube portuense se encontrar a construir sem licença.

O juiz do tribunal de São João Novo aludiu a uma “teia” entre o poder autárquico e os clubes de futebol e apresentou a sanção como um exemplo contra o sentimento de impunidade que muitos cidadãos descrevem. “Que tudo isto sirva para um alerta de consciências”, afirmou. Este caso seria também motivo para perda de mandato, mas tal não foi equacionado pelo tribunal uma vez que Nuno Cardoso não se encontra, neste momento, a exercer um cargo público.

Na reacção à sentença, Nuno Cardoso prometeu recurso para o Tribunal da Relação e disse estar mais preocupado com a justiça divina do que com a dos homens, apesar de respeitar esta última. O ex-autarca voltou a insistir que não se lembra do despacho em causa e a única explicação “plausível” que encontra para a sua existência é a de o director da Polícia Municipal do Porto de então lhe ter levado o despacho e lhe ter “ditado” o texto de arquivamento.

O antigo presidente da Câmara do Porto que sucedeu ao também socialista Fernando Gomes explicou que, nos últimos oito anos, manteve-se em silêncio enquanto eram lançadas “calúnias” e “poeira” sobre o seu nome. Mas, agora que o tribunal pronunciou esta sentença, Nuno Cardoso anunciou aos jornalistas o seu regresso à vida pública. “Estou de volta à política”, proclamou, mas foi enigmático e - apesar da insistência dos jornalistas –, não desvendou como se concretizará esse regresso.


Opinião: Assim se percebe porque no futebol alguns ganham campeonatos e taças e outros competem para pagar as contas. Foi só o Boavista o beneficiado? Foi só este senhor que errou? Não me parece, é que o exemplo está bem à vista de todos: Mamarracho, melhor dizendo, Torre das Antas no tempo de Fernando Gomes. O problema é que raramente se investiga, e, até mesmo quando se chega a uma sentança, esta é demasiado benévola para os malfeitores que, por acaso, já nem se preocupam com a justiça dos homens, pois sabem que dessa nada têm a temer, agora com a justiça divina...essa, como é óbvio, já os preocupa...

O crime compensa, roubar compensa mas tem de ser aos milhões para que se tenha algum para pagar às pessoas certas e assim sair por cima (ainda mais ricos). Eles enchem-se todos os dias e nós cada vez mais à rasca. Só com uma tromba daquelas é que pode anunciar que foi condenado e assim acabou e vai voltar. (Nuno Cardoso, Paulo Pedroso (Casa Pia), João Soares (Diamantes Angola), Dias Loureiro (BPN), José Sócrates (Freeport), Isaltino Morais (Dinheiros da câmara), etc., etc., etc...

1 comentário:

Miguel disse...

em relação à pessoa em causa, confesso a minha perplexidade e vontade de rir. ao ponto que chega um país quando alguém que acaba de ser condenado aproveita para anunciar que vai voltar à política. é este género de confiança que os eleitores procuram nos políticos?