Para quem trabalha há alguns anos no ramo da vigilância é fácil aperceber-se dos muitos problemas que existem.
Há graves problemas de repressão, discriminação e desrespeito pelos direitos humanos aos trabalhadores vigilantes da segurança privada.
O rol é imenso:-Alteração arbitrária de horários de trabalho e escalas de turnos;
-horas de trabalho não pagas;
-não pagamento de feriados;
-horários que chegam a 12 horas seguidas, às vezes sem pausa para refeição;
-desempenho de funções que não estão relacionadas com a vigilância;
-obrigação de formação após 8 horas de serviço nocturno ou em dias de folga, muitas vezes horas não pagas;
-inexistência de fardamento adequado para determinados tipos de serviço, nomeadamente serviço feito no exterior;
-pagamento do fardamento pelos vigilantes;
-transferências de local de trabalho como método repressivo;
-não pagamento de subsídio de refeição aquando de trocas;
-ausência das mínimas condições de privacidade para mudança de roupa;
-ausência de meios de apoio como lanternas ou qualquer meio de comunicação (rádios);
-ausência do mínimo de condições para se comer a refeição;
-trabalho permanente na rua;
-permanente rotatividade dos Vigilantes, existem situações em que o Vigilante roda cinco ou seis postos, não existindo formação específica em nenhum desses locais;
-horários de 4 horas num posto e mais 4 noutro, distante 20 ou 30 Km;
-usurpação de folgas, existindo sempre como justificação o acerto de jornada;
-férias marcadas e interrompidas arbitrariamente pela empresa sem qualquer benefício para o trabalhador;
-imposição de férias fora do período estipulado por lei;
-ausência de inspecções médicas ciclicamente (2 em 2 anos) na medicina no trabalho;
-vigilantes que no fim do último contrato antes de passar a efectividade são afastados temporariamente por uns dias, sendo chamados posteriormente para assinar um novo contrato a termo…
- inexistência do direito de defesa.
-impotência e incapacidade da Inspecção de Trabalho.
Até aqui tudo muito bem, mas será que a maioria dos vigilantes já olhou para si mesmo e depois de reflectir um pouco ainda se acha no direito de reclamar alguma coisa?Senão vejamos...
-quantos cumprem o horário?
-quantos não dormem no serviço?
-quantos acham que 8 horas é pouco e pedem mais horas, chegando a fazer 12, 16 e até 18 horas num dia?
-quantos não se aproveitam de não existir um controlo de álcool para se embriagarem no horário de serviço?
-quantos levam a profissão realmente a sério?
-quantos andam na vigilância apenas com a preocupação em receber o ordenado no final do mês?
-quantos trabalham para lá da idade de reforma?
-quantos se preocupam com a imagem da empresa que representam?
-quantos não passam os dias a tentar prejudicar os colegas?
-quantos não cumprem com o que lhes é exigido, tentando trabalhar o menos possível?
-quantos sabem realmente o que é vigilância?
Conclusão:
Para reclamar por direitos que são mais que justos,
há-que ser profissional.